Grupo coordenado pelo MP realiza ação no viaduto de Campinas para coibir tráfico de drogas w4a60

A região é conhecida por concentrar moradores em situação de rua e usuários de drogas

A região do viaduto de Campinas, na avenida Josué di Bernardi, no limite entre Florianópolis com São José, é conhecida por ser ponto de consumo e tráfico de drogas, além de concentrar moradores em situação de rua. Com o objetivo de mudar esse cenário, o Grupo Permanente em Defesa das Pessoas em Situação de Rua do Ministério Público de Santa Catarina realizou uma ação no local na manhã desta terça-feira (15). 

Região do viaduto de Campinas, em São José, foi alvo da ação desta terça-feira - Daniel Queiroz/ND
Região do viaduto de Campinas, em São José, foi alvo da ação desta terça-feira – Daniel Queiroz/ND

Tomado por lixo e barracos, o viaduto recebeu uma limpeza, que começou pela retirada dos entulhos e do mato que fica no entorno. Pela manhã, 15 pessoas ocupavam o espaço e todas aram por serviço de identificação. Na sequência, foi oferecido encaminhamento pela Secretaria de Assistência Social de Florianópolis, mas nenhuma delas quis receber o acompanhamento. “Todo o trabalho é individualizado. Cada uma dessas pessoas foi ouvida e foi oferecido encaminhamento conforme suas necessidades, dentro dos programas de assistência da prefeitura”, explica a secretária de Assistência Social de Florianópolis, Katherine Schreiner.

Um dos organizadores da força-tarefa, o promotor de Justiça Daniel Paladino, destacou que são 15 entidades envolvidas nessa ação que tem o objetivo de tornar a cidade mais segura, reduzir o tráfico de drogas e reinserir essas pessoas na sociedade. “Ontem (segunda-feira) retiramos e encaminhamos um grupo de dez pessoas que estava acampado ao lado do Lago da Bandeira, na entrada da Ilha de Santa Catarina. É necessário união e de muita paciência. Aqui, além da limpeza de hoje, estamos estudando a possibilidade de revitalização da região. Com frequência será feita a fiscalização nesse local, para garantir que não volte ao que era”, enfatiza Paladino.

A Praça Santos Dumont, no bairro Trindade e o entorno do INSS, no Centro, são espaços que devem receber a ação em breve, aponta Pladino. Além do Ministério Público, o trabalho contou com representantes da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Florianópolis, Conselho de Segurança do Centro da Capital, CDL, Comcap, Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Saúde, Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Floram, entre outras entidades parceiras.

Entulhos e barracos deixados na região foram retirados - Daniel Queiroz/ND
Entulhos e barracos deixados na região foram retirados – Daniel Queiroz/ND

Trabalho de segurança 4l6v3t

Os órgãos de segurança pública ficaram responsáveis pela identificação das pessoas, além de garantir que a ação pudesse ser realizada com tranquilidade, coordenando também o trânsito no local, com a ajuda da Guarda Municipal e PRF (Polícia Rodoviária Federal). Os policiais militares ficaram responsáveis por acordar os moradores em situação de rua que ainda dormiam. “Conforme a disponibilidade do nosso efetivo, vamos fazer mais rondas para garantir que esse trabalho continue”, disse o tenente-coronel da Polícia Militar, Sandro Cardoso da Costa.

A secretária de Segurança Pública de Florianópolis, Maryanne Mattos, esclareceu que a força-tarefa neste ponto da cidade era um pedido antigo da comunidade e que por muito tempo a situação foi tratada como descaso. “Hoje é mais difícil de realizar essas ações em função do cenário que encontramos, porém, a ideia é que elas sejam permanentes e consequentemente cada vez mais eficazes. A intenção é melhorar a segurança da cidade, garantir saúde pública e devolver a dignidade a essas pessoas.

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Atuação do IGP com os moradores 6q1t71

Alguns moradores em situação de rua reagiram de forma receosa durante a ação do Ministério Público. Por outro lado, outros contribuíram com informações para que o trabalho, principalmente do IGP (Instituto Geral de Perícias), fosse realizado. Conforme o delegado Wanderley Redondo, foram coletadas as digitais e todos foram fotografadas para que os dados possam ser inseridos no Sistema Integrado de Segurança Pública de Santa Catarina. “É importante essa identificação, pois são pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, então o risco de algum deles morrer na rua é maior, temos essa identificação e o mapeamento dessas pessoas. Só neste ano, em Santa Catarina, temos 17 pessoas que estão no IML sem identificação. Todos os anos há uma média de 35”, comenta o delegado.

Paladino reforça que semanalmente o grupo se reúne para discutir ações e locais de atuação e que o trabalho deve ser permanente em toda a região. “Vamos continuar. Estamos bem engajados e envolvidos com essa causa, onde toda a sociedade ganha”, afirma o promotor.

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